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Eletromagnetismo no Ensino Médio |
IFUSP
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Ensino
de Física feito por Professores de Física para Professores
de Física
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A importância das atividades e avaliações Shizue Shimizu |
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A avaliação é utilizada como sinalizador:
é um alerta sobre a caminhada. Sinaliza: mudanças necessárias e as etapas subseqüentes a serem desenvolvidas, por isso, cada atividade abordada requer uma avaliação, com o intuito de buscar caminhos para as próximas atividades. A avaliação é o centro da aula, em torno do qual tudo gira. O planejamento é a ação nos processos de produção de conhecimento, voltado para a avaliação. Assim como o médico, através de exames laboratoriais e de sua avaliação clínica prescreve medicamentos e outras medidas conforme o estado de saúde de seu paciente, o professor deveria utilizar a avaliação durante todo o processo de ensino-aprendizagem, observando como o aluno está apreendendo o conhecimento, que dificuldades enfrenta, que reformulações em seu método de ensino devem ser feitas, etc. Ou seja, a avaliação passa a ser um instrumento de regulação da aprendizagem. - Que problema o aluno vem enfrentando? - Por que não consegue alcançar determinados objetivos? - Quais os resultados significativos produzidos pelo aluno? - Qual o processo de aprendizagem desenvolvido? A avaliação deve ter uma finalidade diagnóstica, voltada para o levantamento das dificuldades dos alunos, com vistas à correção de rumos, à reformulação da prática ou até mesmo dos objetivos. Ela deve ser permanente, permitindo-se a periodicidade apenas no registro das dificuldades e avanços do aluno. Nesse processo de avaliação, não podemos esquecer que o professor também deve se avaliar, refletindo sobre o seu próprio trabalho, verificando seus procedimentos e, quando necessário, reestruturando sua prática. O professor deve levar em conta não só os resultados das tarefas realizadas, o produto, mas também o que ocorreu no caminho, o processo. Para isso é preciso observar: - Que tentativas o aluno fez para realizar a atividade? - Que dúvidas manifestou? - Como interagiu com outros alunos? - Demonstrou alguma independência? - Revelou progressos em relação ao ponto em que estava? O erro é uma pista valiosa permite investigar problemas que os alunos enfrentam e por quê. Estudando com cuidado suas produções, considerando as razões que os levaram a produzi-las de uma determinada maneira e não de outra, pode-se detectar as dificuldades. Assim, percebe-se o que não entenderam bem, porque fizeram esta ou aquela interpretação, porque cometeram este ou aquele engano. Ao tentar compreender o que cada aluno produz e as soluções que apresenta, pode-se orientá-lo melhor e transformar os eventuais erros em situação de aprendizagem. Também são instrumentos importantes para o professor: a observação e um cuidadoso registro. Observar o desempenho e o aproveitamento do aluno no desenvolvimento das atividades, perceber as dúvidas dos alunos, anotando como as dúvidas apareceram, para saber onde está a dificuldade e por que os alunos não conseguem explicar fisicamente. Expressar, oralmente ou na escrita não é fácil, o professor precisa encorajar os alunos a falar e a escrever: o professor precisa tentar entender o que ele quer dizer e demonstrar interesse em todas as respostas, mesmo que não as considere certas e mostrar quais foram os seus avanços. O registro ajuda a organizar o pensamento e estimula a reflexão: temos que perceber o nível de problema dos alunos, para dar seqüência à aula e planejar as intervenções. Os registros do professor sobre o que ocorre, permitem reconstruir a memória do processo vivido. Consultados freqüentemente, propiciam uma visão geral do trabalho desenvolvido, facilitando a identificação dos entraves, importantes à continuidade. É um instrumento indispensável para situar a aprendizagem dos alunos e, a partir daí, organizar a seqüência do ensino para toda a classe, assim como os acompanhamentos mais específicos que sejam necessários, reforçando os conteúdos que ainda não são de domínio do aluno. Permitem avaliar o processo de aprendizagem dos alunos e a atuação do professor. As anotações feitas pelo professor abrangem, pois, observações a respeito de cada aluno, da classe e de sua própria atuação. - as buscas e tentativas que deram certo, as que foram inadequadas, os avanços feitos, as retomadas consideradas importantes. Esse tipo de registro permite uma percepção crítica de sua atuação, facilitando as mudanças de encaminhamento necessárias - o que contribui para tornar sua prática mais competente. Tomar certas decisões ou executar modificações e reforços, tomar as providências que se façam necessárias que favoreçam o desenvolvimento necessário ao alcance dos objetivos planejados, no sentido de superar os problemas constatados. O registro do aluno consiste nas produções realizadas por eles, individualmente e em grupo ou com a classe toda, constituirão as fontes para analisar o aproveitamento do aluno. Inicialmente, as produções dos alunos costumam ser mais descritivas, pouco argumentativas e simplificadoras. Entretanto, as intervenções do professor podem auxiliar os alunos a melhorar, sinalizando as dificuldades e os obstáculos a serem superados e os problemas de construção de textos. Tomando como parâmetros os critérios formais da aprendizagem, deve observar: o nível de aprendizagem, relacionado ao conhecimento; o interesse e a iniciativa do aluno para a leitura, o estudo, a pesquisa; a qualidade do conteúdo elaborado e da linguagem utilizada; a sistematização e ordenação das partes, relacionadas à produção individual; a qualidade da elaboração em conjunto com outros alunos; a capacidade crítica, indicando a criatividade; a capacidade de reconstrução própria e de relacionar os conteúdos das diversas áreas do conhecimento. As considerações e opiniões dos próprios alunos deverão também ser anotadas e analisadas pelo professor. Muito importante é a intenção de acompanhar o modo de aprender do aluno, o que exigirá uma atenção diferenciada em termos de análise qualitativa de suas tarefas. Por isso, as questões devem ter um objetivo bem definido e saber o que se espera que o aluno aprenda. Conhecer e acompanhar verdadeiramente hipóteses, necessidades, ritmos de cada aluno é um grande desafio. Sua proposta precisará ser constantemente adequada ao que o aluno aprende, o que exigirá do professor um amplo conhecimento científico, maior tempo para o planejamento e para a análise das tarefas dos alunos e maior oportunidade ao aluno de expressar suas idéias, para que se possa observar e compreender o aluno em atividade e na relação com os outros, ouvir comentários e perguntas individuais e, evidentemente, classes menos numerosas. As questões elaboradas devem refletir o planejamento pensado e ter consonância com as atividades executadas, para saber o que se espera que os alunos aprendam e poder analisar o que os alunos aprenderam. Então, a continuidade da ação pedagógica tem por referência, o processo vivido pelos alunos, avanços e necessidades ( análise qualitativa ). A interpretação das respostas dos alunos possibilita ao professor perceber esses avanços e necessidades. O planejamento mostra o que se vai construir e a avaliação é um "ato de cuidado" necessário a essa construção. Por isso, a avaliação é o ponto de partida para a ação pedagógica, é reforçar as setas do seu caminho e desafiá-los a prosseguir através de provocações significativas. E o grande desafio do professor é buscar formas diferentes de trabalhar o conteúdo que podem resultar na compreensão de questões, maior entendimento e maior precisão de suas respostas, maior riqueza de seus argumentos. Assim como tarefas mais simples podem auxiliar na compreensão de temas mais complexos. |
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