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Eletromagnetismo no Ensino Médio |
IFUSP
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Ensino
de Física feito por Professores de Física para Professores
de Física
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Refração da luz: explorando posições aparentes Rosa, Robson e Maria Christina |
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INTRODUÇÃO Montar uma atividade de refração é importante e necessário para que o aluno consiga enxergar o comportamento da luz ao atravessar a superfície de separação entre dois meios, como ar e água ou ar e vidro. Esse fenômeno ocorre devido à interação da luz com meios diferentes. Ou seja, a natureza do meio material vai ter influência na propagação da luz. Propomos um experimento para o estudo do fenômeno. Esse estudo favorece entender que, quando um objeto é colocado dentro de um recipiente com água, a luz emitida pelo objeto se propaga na água e pode sofrer um desvio ao atravessar a superfície de separação entre os meios água e ar e atingir os olhos de um observador que se encontra fora da água. Nesta situação, o observador enxerga o objeto em uma posição em que ele não está. Então, podemos dizer que o observador foi enganado pela luz e que a posição do objeto é aparente; nesse caso, ele enxerga a imagem mais próxima da superfície da água. O experimento possibilita também representar o caminho da luz que entra no olho do observador, através de medidas realizadas na montagem: profundidade da água, distância entre o olho do observador e o objeto (na horizontal e na vertical), posição real e aparente do objeto. Também possibilita aplicar as leis da refração da luz: a que relaciona os ângulos de incidência e de refração (Lei de Snell-Descartes) e a que trata do plano definido pela reta normal à superfície de separação, pelo raio incidente e pelo raio refratado. À superfície de separação entre dois meios transparentes de diferentes refringências, damos o nome de dioptro plano. Neste experimento, o dioptro plano é formado por ar-água. Com este experimento é possível determinar a posição aparente do objeto quando ele é visto de uma posição diferente da visão na vertical à superfície da água.
OBJETIVOS GERAIS 1 - Estudar o comportamento da luz ao atravessar a superfície de separação entre dois meios diferentes.
MATERIAIS - Uma recipiente opaco, por exemplo, um pote de sorvete com as faces de fora e de fora quadriculadas, para ajudar o aluno estimar a posição aparente do objeto.
1 - Marcar o centro do objeto (com tinta ou pedacinho de fita adesiva) e colocá-lo no centro do recipiente sem água. 2 - Pedir que um aluno se posicione de modo que não consiga ver o objeto, mas esteja o mais próximo possível do recipiente. O aluno deve manter-se fixo nessa posição e será o observador. 3 - Derramar a água lentamente no recipiente e perguntar ao observador o que está acontecendo enquanto a água é colocada. Aguardar também as repostas dos alunos que estão em outras posições para depois continuar a encher o recipiente. Deve-se colocar água até que todos consigam enxergar o objeto. 4 - Agora o observador deve orientar o professor a “pescar” o objeto com o palito ("mais para a esquerda" ou "para a direita", "mais para cima"...). A intenção é tentar atingir o centro do objeto com o palito. O procedimento pode ser repetido com alunos em posições diferentes. 5 - Solicitar que o observador informe quando ele acreditar que o palito está bem na vertical em cima do objeto, e o professor puder abaixar a mão para atingir o “peixe”. A surpresa é que na posição indicada, o “pescador” não vai encontrar o “peixe” (objeto), pois esta posição indicada pelo aluno observador é aparente. Como determinar esta posição? É possível determiná-la com medidas que possam ser feitas? Quais são estas medidas? QUESTIONAR DURANTE O EXPERIMENTO 1 - O que vocês imaginam que irá acontecer quando estiver colocando a água no recipiente? Justifiquem. 2 - Quando olhamos o fundo de uma piscina temos a sensação que ela é mais funda ou menos funda do que é na realidade? 3 - O que está acontecendo, pois vocês não conseguem acertar o meio do objeto? Justifiquem. Aguardar as respostas dos alunos. 4 - Fazer a representação (desenho) do que foi observado, com medidas de: 5 - Medir sem água no recipiente, a posição do observador quando não enxerga o objeto. 6 - Medir a posição aparente (na horizontal) pela indicação do aluno observador.
REPRESENTAÇÃO DO EXPERIMENTO Esta figura é a representação da posição aparente (P´) do objeto colocado na posição (P), vista por um observador que está a 30 cm de altura em relação à base do recipiente e 20,0 cm de altura em relação à superfície da água e à 30 cm de distância do objeto colocado no fundo e no centro do recipiente. Para saber a posição aparente do objeto iniciamos olhando o objeto de cima, na vertical, e assim pudemos calcular esta posição usando a expressão d´/d = nar/nágua . Isso só é possível para ângulos de refração muito pequenos, menores que 10°. d´/10,00 = 1,00/1,33 Quando o observador está na posição mostrada na figura podemos calcular o ângulo θ a partir da tangente Se tan θ = 1,07, o ângulo θ é 47°. Podemos calcular o ângulo de refração, r = 90° – 47° = 43°. Para determinar a altura aparente do objeto podemos considerar o pequeno triângulo da seguinte maneira: tan r = 6,0 – 1,75/d´ Isto significa que a imagem se encontra à 4,6 cm acima do objeto e à 0,5 cm de distância do mesmo.
CONCLUSÃO Com esta atividade os alunos podem compreender o comportamento da luz ao passar de um meio transparente a outro. A “pescaria” explora o comportamento da luz ao mudar de meio, mas essa luz precisa chegar aos olhos do observador para que o objeto dentro da água possa ser visto por ele. Dessa forma, além de caracterizar o comportamento da luz, estuda-se o efeito dessa luz no processo de visão - o observador também está em foco (ele tem papel importante no processo). Experimentos com blocos de vidro ou de resina possibilitam o aluno "ver" o caminho percorrido pela luz, isto é, o aluno vê a parte iluminada do papel (que reflete luz para os olhos, permitindo perceber por onde o restante do feixe de luz passa). Nesse tipo de experimento, o foco está na descrição do caminho da luz, independente de haver um observador. O experimento pode ser feito sem os cálculos, porque ele permite uma discussão bastante rica sobre o fenômeno da refração da luz.
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