Introdução
Ao aproximarmos 2 ímãs, os pólos
de mesmo nome se repelem e os de nomes diferentes se atraem. A agulha
de uma bússola sendo um ímã pode mudar de direção
quando dela aproximarmos outro ímã.
Com esta experiência, vamos ver uma outra maneira
de modificar a direção da agulha de uma bússola.
Em experiências anteriores, vimos que imãs interagem com
outros imãs e com materiais ferromagnéticos.
Será que ocorre interação
entre e ímã e corrente elétrica?
|
A corrente elétrica produz efeitos magnéticos.
A bússola pode ser utilizada como um detector de campo magnético.
Vamos descobrir, com esta experiência, que a bússola não
interage com cargas elétricas estacionárias, mas sofre influência,
quando estas cargas estão em movimento (corrente elétrica).
Assim, o movimento da agulha indica a presença de outro campo
magnético na região (além daquele criado pela
Terra e que é responsável pela orientação
natural da agulha). Esse outro campo magnético ao redor do fio,
sentido pela bússola, só aparece quando há corrente
elétrica.
O efeito magnético da corrente elétrica foi descoberto por
um professor de Ciências dinamarquês Hans Christian Oersted.
Empurrando casualmente uma bússola para perto de um fio ligado
a uma bateria, observou que, em vez de apontar para o Norte, a agulha
magnética oscilou, formando um ângulo reto com o fio. Desligando
a corrente, a agulha voltava para o Norte.
Assim, Oersted descobriu que a eletricidade possuía poder magnético:
A corrente elétrica
cria campo magnético que atua sobre um imã como se ela mesma
fosse um outro ímã.
Objetivos
1. Verificar o comportamento magnético da corrente elétrica.
2. Identificar a interação entre corrente elétrica
e uma bússola.
3. Identificar a influência da corrente elétrica na orientação
da agulha da bússola.
4. Caracterizar a posição relativa entre o fio e a agulha
da bússola.
O que se
usa?
Por grupo de alunos:
1 pilha
1 bússola
1 lâmina de barbear ou estilete
1 folha de papel branco
fita adesiva
40 cm de fio de cobre esmaltado ou encapado
|
|
Cronograma: duas
aulas, talvez uma terceira para a discussão teórica do fenômeno.
Procedimento:
Os alunos devem se organizar em grupos de 3 a 5, e cada grupo terá
um conjunto experimental.
1. Raspar as pontas
do fio para retirar o verniz e permitir o contato elétrico
(ou, no caso de fio encapado, desencapar as pontas).
2. Prender uma folha
de papel sobre a mesa e apoiar sobre ela uma bússola. Girar
a bússola até que agulha marque na direção
Norte-Sul geográfica.
3. Estender sobre a
bússola um fio de cobre na direção indicada
pela agulha (que será a Norte-Sul da Terra) e fixá-lo
à mesa com o auxílio de fita adesiva.
|
|
|
4. Colocar a pilha a cerca de 30 cm
da bússola, no alcance máximo do fio condutor.
5. Em seguida, ligar as extremidades
do fio à pilha, por um curto intervalo de tempo. Observar
o que acontece com a agulha da bússola.
6. Com uma seta, marcar no papel:
o sentido da corrente elétrica (a corrente sempre flui do
pólo positivo ao negativo), o sentido em que a agulha se
move (horário ou anti-horário) e com um traço,
a direção assumida pelo pólo Norte magnético
da bússola.
|
7. Inverter os pólos da pilha. Qual foi o sentido
da agulha quando se inverte o sentido da corrente elétrica? Marcar
no papel o sentido da corrente elétrica, o sentido em que agulha
se move e, com um traço, a direção assumida pelo
pólo Norte magnético da bússola.
ATENÇÃO
Essa ligação põe a pilha em curto circuito, então
ela gasta muito rápido!
"A pilha esquenta!" É verdade. A pilha esquenta porque
o circuito está em curto, então o único "resistor",
que dissipa toda a corrente, é a própria resistência
interna da pilha.
CUIDADO
Liga-se o circuito apenas durante os instantes em que são feitas
as observações.
A pilha não deve permanecer ligada por mais de 5 segundos seguidos
para não descarregar, porque a corrente elétrica que percorre
o circuito é muito alta, pois a pilha está em curto-circuito,
o que faz com que ela seja consumida rapidamente, se o circuito permanecer
ligado.
Por que manter a pilha longe da bússola? Peça aos alunos
fazerem o teste de colocar a pilha (mesmo sem ligar o circuito) perto
da bússola. O aço da blindagem da pilha tem propriedades
magnéticas, e atrai (e é atraído) pela bússola.
Pelo mesmo motivo, quaisquer materiais ferromagnéticos devem ser
mantidos a distância. Por exemplo, o aluno que estiver manipulando
diretamente a montagem pode fazer testes preliminares para se certificar
de que o seu relógio de pulso, anel, ou molho de chaves no bolso
não estaria desviando a agulha.
O que pode dar errado
Com exceção do mau contato nas ligações
ou da pilha estar muito gasta, não há o que se possa dar
errado nesta experiência.
O que se observa?
A agulha sofre um desvio, como se estivesse próxima ao pólo
de um imã. Alunos devem notar que esse desvio se dá para
a direção perpendicular à do fio (uma concepção
muito comum - inclusive dos cientistas da época de Oersted - é
de que a agulha da bússola vai se alinhar com o fio).
Dica: Para que os alunos percebam esse
importante detalhe, pode-se fazer uma etapa prévia em que os alunos
devem descobrir qual a direção do campo magnético
gerado pela corrente elétrica: coloca-se um fio condutor em várias
direções em relação à agulha da bússola,
e liga-se o circuito, observando o que ocorre com a agulha. Nesse caso,
no entanto, recomendamos que o fio não seja ligado em curto com
a pilha (insere-se no circuito uma lâmpada, por exemplo), para que
a pilha não gaste muito rápido.
Dica importante
Quando a pilha está gasta (ou se você põe uma lâmpada
no circuito, para gastá-la menos), a intensidade da corrente elétrica
é pequena, por isso a agulha não fica perpendicular ao condutor.
O campo magnético gerado não é suficientemente grande
e deixa aparecer o efeito do campo magnético terrestre. A direção
da bússola será composta da direção dos 2
campos: traça-se o sistema de força angular (a força
do campo magnético terrestre e a força perpendicular ao
fio), obtendo-se, assim, a resultante.
Como funciona?
1. Uma corrente elétrica atua sobre um imã como se ela mesma
fosse um outro imã.
2. Um condutor retilíneo, percorrido por uma corrente elétrica
contínua, gera em torno de si, um campo magnético circular.
3. As linhas de força desse campo são circunferências
concêntricas, cujo centro é o condutor.
Por
exemplo: se corrente i for perpendicular ao plano da figura, entrando
no papel: o campo magnético será formado por linhas concêntricas
no sentido horário. (Invertendo-se a corrente, as linhas de campo
magnético serão no sentido anti-horário.)
Como se explica?
A corrente elétrica age sobre a bússola
da mesma forma que o imã, ou seja, a corrente elétrica produz
efeito magnético.
A agulha de uma bússola movimenta-se quando colocada próxima
a um fio com corrente elétrica, devido a outro campo magnético
ao redor do fio.
O movimento da agulha indica ação de uma força (outro
campo magnético) sobre ela, atuando na direção perpendicular
ao fio, quando existe corrente elétrica.
O que se conclui?
a. O campo magnético gerado pela corrente elétrica interfere
na orientação da bússola.
b. A agulha acompanha o sentido do campo magnético, dado pela regra
da mão direita: agarre o condutor com a mão direita, de
modo que o polegar esticado aponte o sentido da corrente elétrica.
Os demais dedos, dobrados, indicam o sentido do campo magnético
ao redor do fio.
Princípio fundamental do eletromagnetismo
- um campo magnético é criado por cargas elétricas
em movimento, e esse campo somente atua em outras cargas elétricas,
exercendo forças sobre elas, se essas cargas também estiverem
em movimento.
- se invertermos o sentido da corrente a posição dos pólos
N e S do ímã, a força magnética continuará
a atuar perpendicularmente ao fio, mas, inverte-se o sentido das linhas
de indução do campo magnético.
OBS. Condução da aula após o experimento (convite
ao raciocínio e à construção dos conceitos)
Ver condução da aula a partir deste experimento...
Avaliação
A avaliação contínua poderá
ser realizada durante a discussão decorrente do experimento. Uma
avaliação escrita, mais formal, também foi planejada
para verificar o aprendizado e as dúvidas remanescentes dos alunos,
a ser aplicada após esta aula experimental, uma aula de discussão
desse experimento e outra aula experimental também com discussão
posterior.
Como aumentar o efeito da
corrente elétrica sobre a bússola
Condução
da aula após o experimento
|